Portugal 2020 foi debatido e analisado ontem no Luso

08 outubro, 2015

Portugal 2020 foi debatido e analisado ontem no Luso

O programa Portugal 2020 foi ontem, dia 7 de setembro, explicado, analisado e debatido num seminário que juntou cerca de 200 participantes, durante todo o dia, no Grande Hotel do Luso. A iniciativa contou com os esclarecimentos de Ana Abrunhosa, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), de Helena Mendes, da Universidade de Coimbra (UC), de Ana Seguro, do Instituto Pedro Nunes (IPN) e de Manuel Póvoas, do banco Santander Totta. O seminário terminou com uma mesa redonda sobre os casos de sucesso da região bairradina. O debate foi moderado por Pedro Maranha, do Curia Tecnoparque, e contou com a participação de Paulo Ramos, da consultora Fnway, Jorge Rama, da Adega Rama, e de Sérgio Franco, da Malo Clinic. Um seminário promovido pela Câmara Municipal da Mealhada, com o apoio da Universidade de Coimbra no âmbito do INOV C, programa financiado pelo Mais Centro, QREN.

"Esta iniciativa é para todos os que pretendem inovar nas mais diferentes áreas, aproveitem. Vou passar a palavra a quem realmente percebe disto a sério, a Dra. Ana Abrunhosa". Foi com estas palavras que o Presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro, deu início ao "Seminário Portugal 2020 - Oportunidades de Financiamento e Incentivo às Empresas", que ontem juntou duas centenas de pessoas no Luso, entre empresários e empreendedores, estudantes e profissionais, e os diversos especialistas presentes. O autarca fez ainda questão de deixar um convite à presidente da CCDRC, para inaugurar o Espaço Inovação da Mealhada, que está pronto a abrir as suas portas.

A participação da presidente da CCDRC era das mais aguardadas. Perante um auditório cheio, Ana Abrunhosa fez uma apresentação exaustiva dos apoios comunitários que estarão disponíveis para o país até 2020, destacando quais os objetivos e as prioridades do programa, e rapidamente dirigiu o seu discurso para o Centro 2020. "A Região Centro tem à sua disposição 2,1 milhões de euros através do Programa Operacional Regional do Centro, que está alinhado com os quatro domínios temáticos do Portugal 2020: competitividade e internacionalização, inclusão social e emprego, capital humano e sustentabilidade e eficiência no uso de recursos", salientou a presidente da CCDRC, ressalvando que "é muito importante os promotores apresentarem bem os seus projetos, preocuparem-se com os índices em que são avaliados. É preciso terem em conta os objetivos dos fundos comunitários".

"Não somos nós que vamos dizer aos empresários onde devem investir, mas se estudarem bem o programa, há caminhos privilegiados, que nos ajudam a alcançar a Europa 2020. Na candidatura, é crucial, por exemplo, o alinhamento com o RIS3 (Estratégia de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente) ", avisou Ana Abrunhosa, acrescentando: "os promotores devem dizer se estão alinhadas ou não e justificarem pois, caso contrário, temos muito mais trabalho. Não prejudicamos ninguém por falta de informação, mas os promotores têm que se apresentar melhor neste domínio".

A presidente da CCDRC falou ainda dos diferentes eixos de intervenção, salientando que a aplicação dos fundos europeus na Região Centro estará orientada prioritariamente para o reforço da competitividade das empresas e para a promoção do emprego. E deixou conselhos para os empresários. "No Portugal 2020, estão a cumprir os prazos", salientou, defendendo que é necessário que toda a parte burocrática esteja tratada antes dos contratos serem assinados. "Os prazos de execução dos projetos são mais curtos e é necessário que esses sejam muito bem preparados", reforçou, lembrando que "os fundos comunitários são para servir as estratégias dos empresários".

Já na parte das perguntas do público, Ana Abrunhosa fez das declarações mais comentadas da tarde. A propósito da temática dos Vales, a presidente da CCDRC admitiu que a acreditação das empresas está a "correr mal" e garantiu: "Vou auditar todas as empresas de prestação de serviços e vai haver penalizações. Vou envolver o Ministério Público, se necessário". Ana Abrunhosa revelou um caso de uma empresa de consultoria que já submeteu 30 projetos, com candidaturas iguais, independentemente da área de negócio. E sublinhou: "Não vou transferir um cêntimo para empresas que não estejam a agir de forma séria". "Tenham cuidado com quem têm a assessorar-vos", deixou, ainda, o conselho.  

Os fundos comunitários continuaram em debate o resto do dia. Helena Mendes, da UC, explicou um pouco o funcionamento do departamento onde trabalha, a Divisão de Inovação e Transferências do Saber da UC, que é responsável pela transferência do conhecimento produzido na universidade para o setor comercial, e a sua importância para as empresas no âmbito do Portugal 2020. Ana Seguro deu a conhecer a todos os presentes o que é o Instituto Pedro Nunes e em que áreas opera, com especial incidência para todas as que estão diretamente ligadas com o novo quadro comunitário. Por fim, Manuel Póvoas, apresentou as soluções da banca, no caso do Santander Totta, no âmbito do Portugal 2020.

O seminário terminou com uma mesa redonda sobre os casos de sucesso da região. O debate foi moderado por Pedro Maranha, do Curia Tecnoparque, e contou com a participação de Paulo Ramos, da consultora Fnway, Jorge Rama, da Adega Rama, e de Sérgio Franco, da Malo Clinic. Do vinho à água, da consultoria à assessoria, dos recursos endógenos à importância do turismo, os temas abordados e as ideias trocadas com o público foram muitas. E foi assim, com debate e troca de impressões, que terminou o seminário dedicado ao Portugal 2020, que ontem reuniu cerca de 200 participantes no Luso. Um dia que ficou pautado pela troca de ideias e experiência, pela partilha de conhecimento e saber sobre o tema de destaque, que tem estado mais do que na ordem do dia.

Mais informações:

Centro 2020

"Dos 2,155 mil milhões de euros que a União Europeia coloca à disposição da região através do Programa Operacional Regional do Centro, 1,751 mil milhões de euros correspondem ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e 404 milhões de euros correspondem ao Fundo Social Europeu (FSE), cuja aplicação será realizada de forma articulada para maximizar os seus resultados. Promover a economia do conhecimento, intensificando a transferência de saber entre o sistema científico e tecnológico e o tecido económico regional, e aumentar a produtividade das empresas, capacitando-as para a exportação, constitui o principal objetivo do Centro 2020. Complementarmente, é também objetivo do Programa qualificar o capital humano e promover a sua inserção no mercado de trabalho, contribuindo para a competitividade das empresas e da economia, bem como valorizar os recursos regionais com potencial económico, assegurando sempre uma utilização sustentável e respeitadora do que representam para as gerações vindouras. O Programa dará também uma atenção particular às pessoas, às comunidades e aos territórios mais desfavorecidos: promovendo o sucesso educativo e combatendo o abandono escolar entre as crianças e jovens, apoiando o acesso ao emprego por parte dos desempregados, contribuindo para uma inclusão ativa dos idosos, revitalizando os espaços e as comunidades urbanas desfavorecidas ou os territórios rurais e os espaços de baixa densidade. Se as empresas e as entidades do sistema científico e tecnológico têm um papel central neste novo Programa, os municípios terão uma importância diferente. A sua capacidade de organizar os territórios, de mobilizar os agentes locais, de dinamizar o desenvolvimento local e de liderar as abordagens territoriais, constituem ativos centrais para os resultados e o sucesso do Centro 2020. Estamos, pois, perante uma oportunidade única para a nossa região. Aproveitar esta oportunidade depende da região. Contamos com todos. Contem connosco".
Ana Abrunhosa, Presidente da CCDRC
Fonte: http://www.centro.portugal2020.pt/images/centro/pdf/BrochuraCentro2020.pdf

(2015-10-08) - Press Release